Construção Sustentável: um poderoso aliado da saúde ambienta

Informações sobre como construir ou reformar sem agredir o meio ambiente, construção ecológica e sustentável.
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Construção Sustentável: um poderoso aliado da saúde ambienta

Mensagem por Equipe GdO »

As construções oferecem um enorme campo para a economia de energia, e talvez as oportunidades mais amplamente reconhecidas de aumento da eficiência energética estejam nos lares e nos locais de trabalho. (Relatório Brundtland, 1987).
Todas as pesquisas, estudos e avaliações quanto à saúde ambiental de nosso planeta chegam inexoravelmente à conclusão, hoje já encarada como indiscutível, de que o grau de deterioração dos ecossistemas da Terra, em grande parte provocado por ações antrópicas, está atingindo níveis que podem colocar em risco a sobrevivência de muitas das espécies vegetais e animais que aqui habitam. Incluindo nós, os seres humanos.

Em um contexto como esse, nenhuma atividade econômica pode prescindir de uma avaliação criteriosa de seus potenciais impactos quanto ao consumo de recursos naturais ou à liberação de poluentes para o meio ambiente, levando em conta todas as etapas de seu ciclo de vida.

Essa preocupação com a eficiência ambiental, ou ecoeficiência, começa a estender-se, cada vez com maior celeridade, a um dos setores mais tradicionais da atividade humana: a construção civil.

Alguns dados relacionados à construção civil permitem consolidar um quadro nítido da grandeza dos impactos negativos que a atividade pode impor ao meio ambiente:
  • Mais da metade dos recursos naturais extraídos na América Latina são consumidos na construção civil;
  • Os resíduos das construções e demolições no Brasil totalizam cerca de 80 milhões de toneladas por ano;
  • A operação de edifícios no Brasil é responsável por 18% do consumo total de energia no país e por 50% do consumo de energia elétrica;
  • Os edifícios são responsáveis por 25% das emissões globais de gases de efeito estufa.
A magnitude desses impactos abre, por outro lado, imensas oportunidades de melhoria, uma vez que as principais tecnologias necessárias à melhoria do desempenho ambiental das edificações já se encontram disponíveis hoje em dia, abrangendo todas as etapas do ciclo de vida dos edifícios, desde a concepção e projeto, passando pelos processos de construção e de uso das edificações e chegando até a etapa de demolição.

A fase de ocupação do edifício é merecedora de especial atenção, pois nessa etapa, até mesmo em função de sua longa duração, concentram-se as maiores parcelas de impacto ambiental e de custos. A concepção adequada do edifício, o uso de materiais isolantes mais eficazes e de técnicas de circulação de ar podem permitir, por exemplo, redução significativa dos impactos ambientais associados à energia necessária para aquecimento/refrigeração; projetos arquitetônicos que viabilizem o melhor aproveitamento da iluminação natural, conjugados ao uso das lâmpadas mais eficientes hoje disponíveis e de sensores de movimento, conduzem à sensível redução na demanda de energia para iluminação; o reaproveitamento das águas servidas ou da chuva pode minimizar a necessidade de captação de água das redes municipais de abastecimento.

Os governos também têm um papel fundamental a desempenhar no engajamento de todos os agentes sociais rumo à maior sustentabilidade da construção civil, por meio de ações como:
  • Educação e conscientização dos moradores e ocupantes de prédios residenciais e comerciais no sentido de orientar suas escolhas e comportamentos na direção de produtos, serviços e atitudes mais ecoeficientes;
  • Incentivo à melhoria da eficiência energética de prédios novos e já existentes e à introdução de inovações no projeto e operação de edifícios;
  • Estabelecimento de códigos, padrões, mecanismos de avaliação e sistemas de rotulagem ambiental para prédios, eletrodomésticos e sistemas de iluminação, considerando inclusive seus ciclos de vida;
  • Incentivo à renovação de prédios residenciais e comerciais, com a adoção de tecnologia ambientalmente mais amigáveis.
No mundo todo podem ser encontrados exemplos de ações governamentais voltadas para a melhoria do desempenho ambiental da construção.

No Brasil, o Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica criou em 2003 o programa Procel Edifica, que visa a promover condições para o uso eficiente da eletricidade nas edificações, reduzindo os desperdícios de energia, de materiais e os impactos sobre o meio ambiente, por meio de projetos nas áreas de capacitação tecnológica e profissional, inserção do tema conforto ambiental e eficiência energética nos cursos de arquitetura e engenharia, bem como pela disseminação dos conceitos e práticas de eficiência energética das edificações e conforto ambiental entre os profissionais de arquitetura e engenharia e aqueles envolvidos em planejamento urbano.

O Procel Edifica estima que seria possível obter uma melhoria de 30% na eficiência energética de prédios já existentes por meio de reformas e modernizações e de 50% com a introdução de tecnologias mais ecoeficientes no projeto, construção e operação de novos edifícios.

Também a União Européia, com a Diretiva 2002/91/EC, manifestou seu compromisso com a melhoria do desempenho energético das edificações, estabelecendo requisitos tais como:
  • Aplicação de estrutura e metodologia para o cálculo do desempenho energético integrado de edificações;
  • Requisitos mínimos para o desempenho energético de novas construções e de grandes edificações já existentes submetidas a reformas e renovações de maior porte;
  • Certificação energética de edificações.
A certificação por terceira parte de edificações começa de fato a ganhar corpo em todo o mundo, com iniciativas como a Leadership in Energy and Environmental Design – LEED, promovida pelo United States Green Building Council, que concede certificados a prédios que atingem uma determinada pontuação em requisitos distribuídos ao longo de sete categorias: localização sustentável, eficiência no uso da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, projeto inovador e prioridades regionais.

Os requisitos abordam aspectos tais como escolha do local da construção (proteção de áreas verdes, habitats e recursos naturais; reabilitação de áreas degradadas; possibilidade de deslocamento a pé e uso de transporte público como alternativa ao transporte individual; maximização de áreas não construídas; espaço prioritário para o estacionamento de bicicletas e veículos não poluentes; redução das áreas de solo cobertas e maximização da infiltração da água; redução do uso de água potável e utilização de tecnologias inovadoras para o tratamento das águas servidas; estabelecimento de padrões mínimos de desempenho energético; utilização de fontes renováveis de energia; uso da iluminação natural; implantação de sistemas individuais de medição do consumo de energia; facilidades para coleta e armazenamento de materiais recicláveis; minimização da poluição provocada pela atividade de construção; gestão ambientalmente adequada dos resíduos da construção; utilização de materiais reaproveitados ou reciclados, de materiais disponíveis na região e de madeira certificada; garantia da qualidade ambiental interior das edificações; atendimento a prioridades ambientais específicas de cada região.

O prédio atualmente ocupado pela Universidade Petrobras no Rio de Janeiro, com 52 mil m2 de área construída, foi o primeiro edifício a receber no Brasil a certificação LEED na modalidade Core & Shell. O edifício utiliza revestimento externo que minimiza a necessidade de uso de sistemas de condicionamento do ar interior, promove o aproveitamento controlado da iluminação natural, a coleta da água da chuva e o reuso da água servida em pias e lavatórios, reduzindo em 40% a necessidade de captação de água da rede pública.

Estima-se que um edifício dotado dessas facilidades custe entre 7% e 10% mais caro que uma construção comum. O investimento adicional, porém, é amortizado em prazo curto pela redução dos dispêndios operacionais da edificação, sem contar os inegáveis benefícios para o meio ambiente.

Se o consumo de energia nas edificações continuar a crescer às taxas atuais, elas estarão consumindo em 2050 quase tanta energia quanto a indústria, a manufatura e a mobilidade juntas. (WBCSD, Energy Efficiency in Buildings, 2006).

Por Luis Cesar Stano, Gerente de Desempenho em SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da Petrobras.

Fonte: Plantão News

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Alessandraribeiro
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Re: Construção Sustentável: um poderoso aliado da saúde ambi

Mensagem por Alessandraribeiro »

Muito interessante o texo sobre construções sustentáveis.
Esse é o futuro de nossas grandes cidades.
Li e vi que a Siemens tem propostas interessante sobre sustentabilidade, iclusive participando essas
soluções na Rio+20.
http://www.siemens.com.br/desenvolvimen ... gacidades/

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