Obras públicas e privadas em todo o estado vão abrir 100 mil novas vagas. Saiba como se candidatar a uma delas
Rio - O Rio virou um canteiro de obras e se prepara para um futuro de muitas promessas. Empregos, comida na mesa e casa própria são as esperanças de quem está colocando a mão na massa e transformando projetos do papel em construções de cimento, areia e pedra. Vagas fora da capital e abertura de novas empresas turbinam o crescimento do estado e capacitação está na agenda de companhias antes mesmo de contratarem.
Para fazer parte dessa onda, não é preciso ter experiência, nem preparação, mas os melhores cargos e os salários mais altos ficam com quem se empenha em estudar mais e trabalhar melhor (confira as vagas e cursos no Caderno Empregos).
A área em maior destaque é a construção civil. Segundo o diretor-executivo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio (Sinduscon-Rio), Antônio Carlos Mendes Gomes, apesar de o setor ter criado em média 20 mil vagas por ano no estado, o número de empregos permanece em torno de 220 mil, por conta da rotatividade. Mas os investimentos em torno da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016 devem acrescentar 100 mil de trabalhadores a esse contingente. “Há uma convergência para investimentos em grandes projetos na ordem de R$ 10 bilhões nos próximos anos. São obras que vão se somar às que ocorrem normalmente”, explica o diretor.
A Baixada Fluminense e a Zona Oeste prometem ganhar peso com a construção do Arco Rodoviário Metropolitano, a Companhia Siderúrgico do Atântico, o Porto do Açu e mais 20 empreendimentos. Só a ligação de Itaboraí ao Porto de Itaguaí deve gerar R$ 1,8 bilhão em renda. “Essas obras vão abrir portas para quem não está trabalhando e quer se qualificar. São chances para quem não quer ficar parado”, prevê Vinícius de Quadros, de 26 anos, aluno do curso de Encanador Predial promovido pela Petrobras em São Gonçalo.
Capacitação faz diferença ao concorrer
A demanda na construção civil é tão grande que chega a faltar profissionais especializados e quem tem experiência ganha destaque. “Operadores de equipamentos, que se preparam mais para exercer ofício, não são fáceis de encontrar”, explica Adriano Fernandes, gerente de engenharia da Carioca, que constrói parte do Arco Rodoviário Metropolitano. Ele observa que, nesse caso, salário depende da capacidade técnica.
Emanuel Vieira, de 62 anos, conhecido como Maranhão, de onde veio em 1965, está na empresa há cinco anos e já viajou para outros estados como mestre de obras. Ele atribui o cargo ao seu empenho e aposta no desenvolvimento que a obra levará à região.
“A rodovia vai trazer benefício à população. Terá mais transporte, mais comércio ”, aposta.
Portos, estradas e ferrovias atraem empresas e novas vagas
Além dos grandes eventos, os investimentos na infra-estrutura do estado trazem no seu rastro outros projetos. Portos, estradas e ferrovias atraem empresas e empregos. O gerente de Infra-Estrutura e Novos Investimentos da Firjan, Cristiano Prado, ressalta que a expansão abrange todas as regiões fluminense. A instituição calculou em R$ 126 bilhões os investimentos programados, mas admite que o número está defasado com as Olimpíadas.
“Não seria exagero dizer que o Rio é um dos lugares no mundo com maior índice de investimento por quilômetro quadrado”, diz. Ele alerta, porém, para a necessidade de capacitar mão de obra para evitar a importação de trabalhadores.
De olho na demanda por força de trabalho, a Petrobras investiu na formação de 30 mil pessoas até 2012. O calendário de cursos acompanha o cronograma das obras. “Estamos preparando a região para o empreendimento”, diz Jacy Miranda, coordenador do Centro de Treinamento do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, tocado pela Petrobras.
Na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), outra gigante a se instalar na Região Metropolitana, os cursos começaram em 2006. Há 1 mil empregos para quem fez o treinamento.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, afirma que, além da mão de obra, a infra-estrutura também precisa acompanhar o crescimento. “A infra-estrutura é o maior gargalo não só do Rio, mas também do Brasil”, diz o secretário, destacando o projeto de duplicação da BR-101, em andamento.
Para o secretário estadual de Obras e vice-governador Luiz Fernando Pezão, os investimentos vão melhorar a segurança e o trânsito, além da vida da população. “As pessoas vão perder menos tempo e movimentar a economia”, acredita. Ele conta que 20 empreendimentos já têm licença para se instalar ao redor do Arco Rodoviário, gerando empregos durante as obras e depois.
Julio Bueno espera mais investimentos. A região de Itaguaí, que se firma como polo da exploração do pré-sal, virou menina dos olhos dos empresários. Também estão em estudo projetos para o Porto do Açu, em São João da Barra, como a siderúrgica que seria construída pelo grupo chinês Wuhan Iron & Steel (Wisco). A expansão do metrô do Rio e a construção da Vila Olímpica, conjunto de 34 edifícios de 12 andares que custará R$ 738 milhões, também devem sair do papel.
“Todos os setores são beneficiados. A construção civil influencia direto o setor de serviços e o comércio. Esperamos até 500 mil novos empregos formais”, avalia João Carlos Gomes, coordenador do núcleo econômico da Fecomércio-RJ.
Antônio Miranda, que não tinha profissão, agora pensa em virar empresário: “Aprendi muito, não vou ficar esperando o Comperj ficar pronto”.
Pequenas acompanham o crescimento econômico
O investimento privado não fica só na conta das multinacionais e megaempreendimentos. As pequenas também apostam no estado, beneficiadas pela redução do ICMS e pela desburocratização tributária. Ao longo de 2009, cresceu a abertura de empresas e também o faturamento de pequenas e médias. A participação em rodadas de negócios e a busca por capacitação indicam que a iniciativa não é passageira e pode até reduzir a desigualdade social.
“O Rio está diante de quatro grandes oportunidades: a Olimpíadas, a Copa, o pré-sal e as obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Esses projetos têm cadeias de terceirização com espaço para empresas menores”, diz Sergio Malta, superintendente do Sebrae RJ.
Malta destaca que empresas de pequeno e médio porte, grandes empregadoras, também devem ganhar mais peso na economia.Além da construção civil, o turismo também cresce. O Sebrae reforçou a oferta de capacitação para atender o setor. “O legado para o estado será a qualificação para antes, durante e depois dos eventos. É a redução da desigualdade de forma sustentável”, arrisca Malta.
PARA CONCORRER
COMPERJ
Para se candidatar às vagas da obra de terraplanagem é preciso procurar o Consórcio de Terraplanagem do Comperj, que fica na Rua Pereira dos Santos, 311, no Centro de Itaboraí.
PAC
Obras no Pavão/Pavãozinho-Cantagalo precisarão de mais 250 profissionais entre pedreiros, serventes, bombeiro hidráulico, eletricistas. Para concorrer é preciso se cadastrar nas agências do Sine. Quem mora perto terá preferência.
CSA
As vagas para as obras já foram todas preenchidas, mas candidatos a trabalhar na empresa podem enviar currículo pelo site http://www.thyssenkrupp-csa.com.br
ARCO METROPOLITANO
Xerém (Duque de Caxias)
Estimativa é abrir mais 530 vagas até o fim da obra. Os postos de trabalho serão para ajudantes, pedreiros, carpinteiros, armadores, motoristas, operadores de equipamentos, lubrificadores, apontadores, entre outros. É exigida experiência anterior comprovada em carteira. Os interessados devem se apresentar no canteiro de obras, que fica na Estrada Rio Douro, 490, Xerém, com carteira profissional e currículo para ser cadastrado no banco de vagas.
Nova Iguaçu
O número de contratados deve ser de 600 em janeiro e chegar a 1 mil a partir d</MC>e abril. As vagas são para operadores de equipamentos de terraplanagem/pavimentação, carpinteiros, pedreiros, armadores e ajudantes. Com exceção do ajudante, todos os outros profissionais deverão ter experiência de pelo menos seis meses registrada na carteira de trabalho. O cadastro é feito no Sine da cidade de Nova Iguaçu.
Seropédica e Japeri
Mais 400 vagas serão abertas até a conclusão da obra. Pedreiros, carpinteiros, armadores, operadores, motoristas, encarregados de pedreiro, armadores, carpinteiro, terraplanagem, drenagem e de pavimentação precisam ter dois anos de experiência, que é dispensada para apontadores e serventes. À medida que as vagas forem abertas, a Secretaria Estadual de Trabalho e Renda vai levar o ônibus de cadastramento para atender nos municípios.
Seropédica
A meta é chegar a 530 pessoas no pico da obra. Não é preciso qualificação específica, mas os candidatos devem ter experiência: servente, pedreiro, carpinteiro, armador, apontador, vigia, motorista em geral, operador de equipamento em geral e encarregado em geral. Também haverá oportunidades para profissionais da área técnica/administrativa como: técnico de segurança do trabalho, técnico de meio ambiente, engenheiro florestal, nutricionista, engenheiros, arquitetos e administradores. Interessados devem procurar o Sine (Sistema Nacional de Emprego) de Seropédica e fazer o cadastro.
Reportagem de Michel Alecrim e Tamara Menezes
Fonte: O Dia Online
Rio de Janeiro, um imenso canteiro de obras e empregos
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