Métodos de Demolição

Seção para abordagem de temas relacionados à demolição de construções e detonação ou desmonte de rochas.
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Leandro
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Métodos de Demolição

Mensagem por Leandro »

Métodos de demolição

Demolição por processos simples
• Alavanca manual;
• Martelo e cinzel;
• Marreta.

Como processos mais rudimentares cuja simplicidade se conhece, mencionam-se a alavanca manual, o martelo e cinzel, e a marreta, que, como se sabe, são utilizados desde tempos remotos, exigindo um certo esforço muscular, por parte do trabalhador. A primeira funciona por meio da aplicação de força na extremidade de uma barra de aço, que, apoiada entre os pontos de aplicação das forças, consegue erguer e deslocar cargas com um peso superior ao esforço despendido.

Hoje em dia, a sua utilização só se justifica quando se trata de pequenas demolições, visto que, se trata de um trabalho muito moroso e consequente baixo rendimento obtido.

Demolição por ação do peso próprio da máquina
• Pá carregadora;
• Escarificadora de dentes de elefante.

A pá-carregadoreira e a escarificadora do tipo dentes de elefante são utilizadas, fazendo uso do seu peso próprio e da sua potência motriz, com a finalidade de provocar a desestabilização das construções de alvenaria de tijolo ou de pedra e assim obter o seu desmoronamento.

Este tipo de trabalho é limitado pela altura e alcance da máquina, devendo previamente realizar-se o derrube da parte do edifício que não esteja dentro desse raio de ação. Com o fim de não ocorrerem riscos, é indispensável que as condições do terreno permitam ao manobrador atuar com a máquina sempre em perfeita estabilidade durante a evolução dos trabalhos.

Desvantagens do método:
. Execução dos trabalhos a uma acentuada distância de segurança;
. Impossibilidade de controlar com exatidão a direção da queda dos materiais provenientes da demolição.

Demolição por impacto



Bola de aço aríete: Este sistema é o mais antigo em termos de utilização de maquinaria pesada e é composto por uma bola de aço que actua pendurada por uma corrente, com movimentos pendulares ou em queda livre e cujo peso varia entre os 500 e os 5.000 Kg. Não pode ser utilizado em demolições parciais, por causa da imprecisão do seu controlo, sendo assim aplicado apenas no desmantelamento total das construções.

A capacidade e o tamanho da máquina são proporcionais ao peso da massa suspensa, podendo a sua altura atingir, por vezes, os 30 metros.

O aríete, como é também chamado, pode ser movimentado segundo três direções distintas:
  • Sentido vertical, em queda, de cima para baixo;
  • Sentido horizontal, segundo a direção do braço da máquina;
  • Sentido rotacional, em torno do seu ponto de suspensão.
A máquina só pode funcionar a partir da zona exterior aos edifícios e necessita de um raio de ação de cerca de 6 metros livres.

Desvantagens do método:
  • Alta produção de ruído;
  • Alta produção de poeiras;
  • Alta e continuada produção de vibrações incômodas e perturbadoras ao meio ambiente circundante, durante todo o espaço de tempo em que se verificam os trabalhos, tempo esse demasiado longo, em face do baixo rendimento do método;
  • Processo de desmonte não controlado;
  • Produção de fragmentação dos materiais de tamanhos médios a grandes, necessitando, por isso, de trabalhos complementares posteriores;
  • Somente utilizável em trabalhos de grande extensão, pois toma-se oneroso o transporte da maquinaria pesada.
Demolição por meio de máquinas hidráulicas
• Máquinas hidráulicas ligeiras.
Fazendo uso da incompressibilidade, que é uma propriedade característica dos fluidos, foram introduzidos no mercado, a partir dos anos 50, instrumentos de variado tipo, que executam inúmeras funções de corte, esmagamento e desmantelamento.

Demolição com uso de Explosivos: Detonadores e Dinamite



A partir do momento em que se sabe como a estrutura deverá cair, iniciam-se os preparativos para a demolição da mesma. Inicialmente removem-se todos os entulhos do prédio, para de seguida as equipas de demolição começarem a retirar todas as paredes que não sustentem o edifício, para proporcionar a queda mais rápida e “suave” de cada andar: Podem-se, também, enfraquecer os pilares de sustentação com marretas ou cortadores de aço para que a estrutura ceda mais facilmente.

São usados explosivos diferentes para materiais diferentes, e a quantidade de cada um é determinada com base na espessura do material. Para pilares de concreto, os engenheiros de demolição usam a dinamite tradicional ou um material explosivo similar. Dinamite não é mais do que uma substância absorvente embebida de um produto químico ou mistura de produtos químicos altamente combustíveis. Quando ocorre a ignição do produto químico, este queima-se rapidamente, produzindo uma grande quantidade de gás quente em muito pouco tempo, gás esse que se expande rapidamente, aplicando uma enorme pressão expansiva (de até 95 toneladas por centímetro quadrado) no que estiver ao seu redor. A dinamite é introduzida em cavidades estreitas perfuradas nos pilares de concreto e quando ocorre a ignição dos explosivos, a súbita pressão expansiva envia uma poderosa onda de choque que irrompe pelo pilar, destruindo-o.

Nos dias de hoje, os engenheiros utilizam detonadores elétricos para dar início ao processo de demolição. Este detonador consiste numa vasta extensão de fio elétrico cuja extremidade está rodeada pelo material explosivo. O detonador é fixado diretamente à carga presa aos explosivos principais, de maneira que quando se envia corrente elétrica através do fio (ao ligá-lo a uma bateria, por exemplo), a resistência elétrica causa o aquecimento do fio, levando à ignição da substância inflamável na extremidade do detonador, o que explode a carga primária e dispara os explosivos principais.

De forma a se poder controlar a sequência das explosões e consequentemente a demolição em si, são configurados diferentes tempos para as explosões ocorrerem, por exemplo, ao usar um comprimento maior ou menor de um material que retarda o ocorrer da explosão, os engenheiros podem ajustar o tempo que cada explosivo levará para atuar.

Escolha dos Mecanismos de Colapso

Para proceder à demolição de uma estrutura com recurso a explosivos, é fundamental escolher um determinado mecanismo de colapso. Esta escolha é condicionada pela consideração de fatores que podem influenciar a execução do projeto. Esses fatores surgem como finalidades, as quais são:
  • A obtenção do máximo de fragmentação da estrutura com vista à reciclagem e futura reutilização dos seus materiais constituintes;
  • O controle da projeção dos materiais resultantes da explosão, assim como limitar o dispersar de poeiras, com vista a reduzir o impacte ambiental;
  • A previsão do comportamento da estrutura durante a demolição, tentando desta forma evitar possíveis acidentes e obter um colapso perfeitamente controlado;
  • A redução da onda de choque e das vibrações no solo, através do emprego de sistemas de atraso nas detonações e sistemas de proteção às imediações da explosão.
Mecanismos de colapso básicos:
  • Mecanismo tipo Telescópio: Este mecanismo é empregue em estruturas ocas, onde a ação do seu próprio peso durante a queda e no impacto com o solo não é preponderante. Provoca-se a demolição, simultânea ou não, de vários troços em altura da estrutura acabando esta por ruir, numa área semelhante àquela que ocupava. A queda da estrutura assemelha-se ao fechar de um “telescópio”.
  • Mecanismo tipo Derrube: O mecanismo tipo derrube é empregue em estruturas onde a relação entre a altura e a base é grande, não havendo perigo se o colapso da estrutura for efetuado para um dos seus lados: chaminés, depósitos elevados, bunkers e estruturas de aço como postes de eletricidade de alta tensão. Procura-se apenas derrubar a estrutura sobre uma área previamente definida, realizando um corte na base ou vários em altura, e assim facilitar, a partir do solo, o acesso das máquinas à mesma. A queda da estrutura assemelha-se ao corte de uma árvore.
  • Mecanismo tipo Implosão: É o método mais utilizado e conhecido do público em geral. Utiliza-se uma pequena quantidade de explosivos de forma a criar-se uma descontinuidade em certos pontos na estrutura (normalmente pilares), fazendo com que esta entre em ruína e que, através do seu próprio peso, se fragmente o mais possível durante a queda e quando atinge o solo. O colapso da estrutura é provocado centralmente fazendo com que a estrutura ceda sobre si mesma, como se algo a “puxasse” na direção do seu centro. O explosivo apenas é colocado em determinados pisos ao longo da altura da estrutura. Assim, espera-se que a parte desta onde não foram colocados explosivos se fragmente apenas durante a queda e no impacto com o solo. É o método mais indicado para estruturas de elevado porte.
  • Mecanismo tipo Colapso Progressivo: Este mecanismo assemelha-se à queda de peças de um jogo de dominó, em que o derrube da primeira peça vai provocar a queda sequencial das restantes, e é normalmente empregue em edifícios contíguos ou com grande desenvolvimento em comprimento. O início do colapso em sequência, pode ser conseguido por qualquer um dos mecanismos básicos referidos atrás, sendo mais comum o emprego da implosão. A queda da estrutura tem assim início no uso dos explosivos, mas o processo é continuado pela ação do impacto da parte da estrutura inicialmente derrubada com a seguinte.
Fonte: http:// demolicoes.bloguepessoal.com
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