Descartar entulho fica até 10 vezes mais caro em BH
Enviado: 17 de Novembro de 2009 às 08:49
“Lixo, só nas lixeiras e em sacos plásticos. Tá limpo?” Esse é o slogan estampado nas laterais dos caminhões da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte. Mas o destino de resíduos produzidos na capital pode ser as ruas, advertem donos de empresas de caçamba de entulho. O esgotamento do aterro do Bairro Califórnia, às margens da BR-040, levou a capital a assinar convênio com depósito gerido pela empreiteira Queiroz Galvão, em Sabará, na Grande BH. Desde segunda-feira só é possível despejar restos de construção lá. Com a mudança de endereço, porém, o preço que era pago pelo direito de descartar o material deu um salto, o que levou cerca de 100 caçambeiros a protestar numa carreata de 66 quilômetros, distância entre os dois aterros.
Cada tonelada de resíduo era jogada no aterro da Prefeitura de BH, na BR-040, ao custo de R$ 3,50. O novo ponto torna o preço quase 1.000% superior, com a cobrança de R$ 37,50 pelo mesmo volume. Com isso, a previsão de representantes do setor é de que o aumento seja repassado para a construção civil, um dos setores mais prejudicados com a mudança. Diante da dificuldade de pagar pelo novo valor, a consequência pode ser o fechamento de pequenas e médias empresas. Por outro lado, cidadãos que não tenham como arcar com o preço de uma caçamba podem apelar para bota-foras nas ruas. Segundo Hércules Pedrosa Gomes, representante da categoria, os caminhoneiros reivindicam que continue a ser feito o transbordo do material no aterro do Bairro Califórnia. “A proposta é de que seja permitido o despejo na estrutura do antigo aterro e, de lá, carretas maiores façam o transporte até Sabará”, afirma.
O superintendente da SLU, Luiz Gustavo Fortini, considera a reivindicação inviável. Segundo ele, enquanto o aterro da BR-040 era ativo, o material inerte podia ser aproveitado para recobrir o lixo domiciliar. “Aceitar o pedido significaria gerar ônus para a prefeitura. Não tem sentido subsidiar o setor, o que traz prejuízo aos cofres públicos”, diz. Nos próximos dois meses, a prefeitura deve definir área para receber entulho inerte. “A preocupação maior é o entulho gerado pelo próprio Executivo”, afirma Fortini em relação às cerca de 300 toneladas diárias produzidas pelo município.
Até que se encontre uma solução, o aterro da 040 deixará de receber, diariamente, 1,2 mil toneladas de restos de construção, medida que visa prolongar a vida útil do espaço até fevereiro do ano que vem, quando, finalmente, será desativado quase que por completo. Apenas lixo hospitalar deve continuar a ser aterrado lá.
Montanhas de lixo
Os cerca de 400 caminhões que recolhem entulho na capital levam entre seis e nove toneladas, com média de três viagens diárias. Proprietário de quatro caminhões, Mauro Lúcia Silva suspendeu na segunda-feira o serviço de locação de caçambas. Até a sexta-feira passada, o valor cobrado era de R$ 120, mas a previsão é de que o preço chegue a R$ 500 para cobrir as novas despesas.
Uma caçamba cheia, cujo descarte antes custava R$ 25,50, passa a ter custo mais de 10 vezes maior – R$ 262,50. “A despesa vai incidir sobre a caçamba. Se do dia para a noite cobro quatro vezes mais, vão pensar que sou ladrão”, afirma. Outra queixa dos caçambeiros é que para levar o lixo para o aterro da Queiroz Galvão, em Sabará, é preciso fazer cadastro detalhado e a exigência de vários documentos tem retardado o processo.
Material descontaminado e limpo, pronto para reciclagem, ainda é aceito no aterro do Bairro Califórnia, mas para fazer a triagem necessária até o lixo chegar a este ponto seria preciso um alto investimento. A estimativa é de que seja preciso gastar cerca de R$ 400 mil para montar a estrutura.
Matéria de Pedro Rocha Franco - Estado de Minas
Fonte: UAI
Cada tonelada de resíduo era jogada no aterro da Prefeitura de BH, na BR-040, ao custo de R$ 3,50. O novo ponto torna o preço quase 1.000% superior, com a cobrança de R$ 37,50 pelo mesmo volume. Com isso, a previsão de representantes do setor é de que o aumento seja repassado para a construção civil, um dos setores mais prejudicados com a mudança. Diante da dificuldade de pagar pelo novo valor, a consequência pode ser o fechamento de pequenas e médias empresas. Por outro lado, cidadãos que não tenham como arcar com o preço de uma caçamba podem apelar para bota-foras nas ruas. Segundo Hércules Pedrosa Gomes, representante da categoria, os caminhoneiros reivindicam que continue a ser feito o transbordo do material no aterro do Bairro Califórnia. “A proposta é de que seja permitido o despejo na estrutura do antigo aterro e, de lá, carretas maiores façam o transporte até Sabará”, afirma.
O superintendente da SLU, Luiz Gustavo Fortini, considera a reivindicação inviável. Segundo ele, enquanto o aterro da BR-040 era ativo, o material inerte podia ser aproveitado para recobrir o lixo domiciliar. “Aceitar o pedido significaria gerar ônus para a prefeitura. Não tem sentido subsidiar o setor, o que traz prejuízo aos cofres públicos”, diz. Nos próximos dois meses, a prefeitura deve definir área para receber entulho inerte. “A preocupação maior é o entulho gerado pelo próprio Executivo”, afirma Fortini em relação às cerca de 300 toneladas diárias produzidas pelo município.
Até que se encontre uma solução, o aterro da 040 deixará de receber, diariamente, 1,2 mil toneladas de restos de construção, medida que visa prolongar a vida útil do espaço até fevereiro do ano que vem, quando, finalmente, será desativado quase que por completo. Apenas lixo hospitalar deve continuar a ser aterrado lá.
Montanhas de lixo
Os cerca de 400 caminhões que recolhem entulho na capital levam entre seis e nove toneladas, com média de três viagens diárias. Proprietário de quatro caminhões, Mauro Lúcia Silva suspendeu na segunda-feira o serviço de locação de caçambas. Até a sexta-feira passada, o valor cobrado era de R$ 120, mas a previsão é de que o preço chegue a R$ 500 para cobrir as novas despesas.
Uma caçamba cheia, cujo descarte antes custava R$ 25,50, passa a ter custo mais de 10 vezes maior – R$ 262,50. “A despesa vai incidir sobre a caçamba. Se do dia para a noite cobro quatro vezes mais, vão pensar que sou ladrão”, afirma. Outra queixa dos caçambeiros é que para levar o lixo para o aterro da Queiroz Galvão, em Sabará, é preciso fazer cadastro detalhado e a exigência de vários documentos tem retardado o processo.
Material descontaminado e limpo, pronto para reciclagem, ainda é aceito no aterro do Bairro Califórnia, mas para fazer a triagem necessária até o lixo chegar a este ponto seria preciso um alto investimento. A estimativa é de que seja preciso gastar cerca de R$ 400 mil para montar a estrutura.
Matéria de Pedro Rocha Franco - Estado de Minas
Fonte: UAI