Secovi-SP reivindica recursos do pré-sal para a construção civil

Declaração ocorreu durante o 81º Encontro Nacional da Indústria da Construção, que terminou em 3 de setembro

Enquanto o Governo Federal discutia detalhes da exploração do petróleo da camada pré-sal, o vice-presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), Flávio Prando, já adiantava-se em defender o encaminhamento, para a construção civil, de recursos obtidos com a recente descoberta na costa brasileira.

"A habitação não merece ter sua participação nos recursos do pré-sal, como direito assegurado constitucionalmente à população?", indagou o dirigente, em apresentação no 81º Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção), que terminou no dia 3 de setembro no Rio de Janeiro.

"Poderiam ser beneficiados especialmente projetos com princípios de sustentabilidade", sugeriu ainda Prando, no fórum que debatia a perenidade de recursos para o setor, incluindo financiamentos e subsídios.

Fonte poluente

O mesmo pré-sal foi alvo de questionamentos incisivos, em outro painel, cuja pauta girava em torno da "Construção de um país sustentável: uma visão política".

A jornalista Lúcia Hippolito, mediadora da mesa, questionou se, com os novos recursos, "não estaríamos dando soluções do século 19 (exploração de um combustível fóssil) a problemas do século 21 (quando se fala tanto em sustentabilidade)".

Em resposta, um dos participantes da discussão, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), reconheceu ser impossível impedir a exploração do petróleo da camada pré-sal.

"O que eu temo é que todo o esforço se concentre na capitalização da Petrobras, e que faltem recursos para pesquisas que minimizem o impacto da exploração no meio ambiente", disse Gabeira, lembrando que a taxa de CO2 do petróleo retirado da camada pré-sal é quatro vezes mais elevada que a taxa encontrada no petróleo convencional.

Por Thiago Oliveira

Fonte: PINIweb

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