Há quase cinco anos, o setor da construção civil caminha em direção à baixa renda. Grandes construtoras, historicamente focadas em imóveis de alto padrão como Gafisa, Camargo Côrrea, Cyrela e Agra criaram ou adquiriram nesse período empresas para atender o setor da baixa renda, que concentra o déficit habitacional, atualmente em 8 milhões de moradias no país. O que as empresas não esperavam é que um programa do governo pudesse elevar os ganhos como aconteceu em 2009.
Em abril de 2009, o governo federal lançou o Minha Casa, Minha Vida, programa que dá subsídios a famílias de baixa renda que queiram comprar um imóvel. O objetivo do governo é entregar um milhão de casas até o fim de 2010. Após o lançamento, as construtoras da baixa renda cresceram em progressão geométrica.
A Asa, por exemplo, empresa mineira de 22 anos especializada em baixa renda, comprada em 2008 pela Agra, cresceu 1.400% sobre 2009, como explica o diretor da incorporadora, André Sampaio.
- Sabemos que nunca mais teremos a oportunidade de crescer nesses patamares. Em 2008, nós lançamos R$ 27 milhões em imóveis. Em 2009, fecharemos com lançamentos de R$ 400 milhões e vendas de R$ 230 milhões.
O diretor completou que da fundação até 2008, a empresa vendeu R$ 400 milhões. Em 2009, a Asa – que começou como um órgão assessor da Caixa Econômica Federal – colocou no mercado o que levaria dez anos para lançar antes do início do programa do governo federal.
A HM, empresa de baixa renda comprada em 2007 pela Camargo Corrêa, teve um aumento na demanda de 300% após o lançamento do Minha Casa, Minha Vida. Até o início do programa, a empresa, que tem 33 anos de mercado, vendia 139 unidades por mês. Depois do lançamento passou a vender mais de 500 unidades por mês a ponto de acabar o estoque, como explica o presidente da HM, Henrique Bianco.
- Desde abril último, o que tem acontecido é que tudo o que é lançado é vendido em 60 dias. O mercado está superaquecido. Principalmente para produtos para famílias com renda entre três e seis salários mínimos, que são imóveis de R$ 80 mil até R$ 130 mil.
O crescimento da HM é tão grande que as vendas da empresa já são 50% do VGV (Valor Geral de Vendas) da CCDI (Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário).
Em 2007, a Cyrela se associou com a Cury, construtora para baixa renda fundada em 1962. A joint venture injetou dinheiro na Cury, que precisava de fôlego financeiro, e levou a Cyrela para a classe C. Hoje, os produtos econômicos representam 40% do faturamento da Cyrela. Fábio Cury, presidente da empresa, fala do ano de 2009.
- Quando fizemos a joint venture planejamos para 2009 um crescimento de 30%. Com o Minha Casa, Minha Vida vamos fechar o ano com crescimento de 100%.
Fonte: R7 / ClickPB
Governo impulsiona mercado imobiliário de baixa renda
-
- Moderador do fórum
- Mensagens: 991
- Registrado em: 19:02 - Sexta-feira, 26/01/2007
- Localização: São Paulo - SP - Brasil
- Atividade ou Profissão: Notícias