Alberto Botti e Marc Rubin: 50 anos de atividade e mais de mil projetos de pequena e grande proporção
Foto: Maurilo Clareto
Botti Rubin é um dos mais ativos escritórios do Brasil, na área de arquitetura. Ao longo de seus mais de 50 anos de atividade, a empresa já realizou cerca de 1.000 projetos desde proporções pequenas a maiores: dos edifícios de apartamentos dos anos de 1960 de concreto e caixilhos de madeira aos grandes complexos multifuncionais de quase 200 mil metros quadrados, tais como o Centro Empresarial Nações Unidas (CENU), um ícone urbano conhecido por milhares de paulistanos.
E como forma de registrar seus trabalhos mais atuais, os arquitetos Alberto Botti e Marc Rubin acabam de lançar pela editora J.J. Carol o Portfólio 2002-2009, livro bilíngue que reúne projetos e estudos realizados na última década, alguns deles já construídos. Com textos do arquiteto e jornalista Fernando Serapião em inglês e português, orelha do urbanista Jorge Wilheim e inúmeras fotografias e ilustrações, a obra mostra projetos da dupla de arquitetos divididos em seis tópicos.
“Nós já tínhamos lançado anteriormente um livro que cobriu um período muito maior, do começo da nossa atividade até o ano 2002. Esse livro foi lançado e já é de conhecimento popular há muitos anos. Então, nós resolvemos lançar um outro livro cobrindo o período de 2002 a 2009, com a produção que não entrou no livro anterior, mas que é muito importante e é mais atual”, destaca Botti.
Regiões visualmente transformadas
Shopping Tatuapé - Dentro da produção recente do escritório, há ainda o atendimento da demanda crescente de complexos centros de compras, uma das especialidades do escritório desde o início da década de 1990. Situado na zona leste de São Paulo, este complexo de compras possui cerca de 60 mil metros quadrados de área construída e está conectado à estação de metrô Tatuapé. O projeto pode ser visto no capítulo Consumo e Complexidade. Shopping Tatuapé Dentro da produção recente do escritório, há ainda o atendimento da demanda crescente de complexos centros de compras, uma das especialidades do escritório desde o início da década de 1990. Situado na zona leste de São Paulo, este complexo de compras possui cerca de 60 mil metros quadrados de área construída e está conectado à estação de metrô Tatuapé. O projeto pode ser visto no capítulo Consumo e Complexidade.
O livro é dividido em seis capítulos. O primeiro, denominado Marcos Urbanos, refere-se a projetos e obras com potência para transformar visualmente a região para que foram imaginados, seja pela escala, seja pela forma. Entre eles destacam-se o Landmark, na Marginal Pinheiros, e o Brookfield Malzoni, a ser construído na Av. Faria Lima. “Marcos urbanos são ediíficios que, pelo seu pórtico e situação, criam verdadeiros marcos visuais dentro da cidade. Em São Paulo não se tem mais isso, nós perdemos. A construção civil esconde todos os marcos visuais naturais que nós tivemos no passado. Você não enxerga mais o Jaraguá, por exemplo. Então, esses marcos visuais são substituídos pelos marcos artificiais criados. Os marcos urbanos envolvem alguns projetos nossos que realmente marcam a paisagem urbana de uma maneira definitiva, como por exemplo, o edifício Landmark, que está na marginal”, conta Alberto.
Já no capítulo Cristais Lapidados, o leitor vai encontrar projetos que utilizam fechamentos com vidro, dando uma resposta a banalização das simples torres elaboradas com o material. Projetos em desenvolvimento para a Bolsa de Imóveis de São Paulo / Construtora Paula Eduardo e Yuny Incorporadora ilustram bem o tema. “O vidro é um elemento fundamental da arquitetura moderna, talvez de todos os materias de construção foi aquele que mais se desenvolveu. O vidro, no passado, foi um simples vidro. Você tinha que fechar o buraco para não chover dentro e colocava um vidro. Hoje não, é revestimento é tudo o que você quer. Então, o que se procurou, neste capítulo, foi criar condições para o uso do vidro que fugissem àquelas utilizações tradicionais”, revela.
Conceitos variados
No terceiro capítulo, Massa e Transparência, um conjunto de projetos que alternam massas cegas e áreas envidraçadas, em edifícios de categorias diversas, altos ou baixos, mantendo uma correta linguagem arquitetônica. Edifícios-sede da Engevix, Roche Diagnóstica e o Edifício Unibanco Berrini representam adequadamente este tema. “Neste capítulo procuramos alguns edifícios com a volumetria bastante forte e trabalhada, em que você tivesse uma forma muito definida ou uma forma que se integrasse à paisagem, como no caso desse laboratório Roche, em que a forma praticamente se integra no fundo. São edifícios que existe todo um trabalho de contraposição de massas fechadas com vidros, visando obter uma solução diferenciada”, esclarece Alberto Botti.
Já “Forma e Contexto” traz formas que respondem a contextos pré-estabelecidos, projetos fortemente definidos em função da área de implantação. Neste item, os edifícios para os Hospitais Alemão Oswaldo Cruz e Samaritano e o conjunto de edifícios de escritórios para a Bueno Neto na Vila Olímpia são os destaques. “São três edifícios totalmente isolados, mas que no seu contexto formam um ritmo único”, comenta Botti.
Consumo e Complexidade reúne, entre outros projetos, um conjunto de shopping centers cujas dimensões e complexidade definem fortemente uma arquitetura diferenciada. Shopping Metro Itaquera, Boulervard Tatuapé e Shopping Center Iguatemi – ampliação e remodelação representam adequadamente este grupo de projetos. “O shopping é um templo de consumo muito bem conhecido, que tem uma complexidade muito grande, porque ele tem que imbutir uma série de condicionantes muito importantes. Não só tem que oferecer ao público toda uma condição de comercialização como tem que ter um contexto lúdico”, afirma o profissional.
Por fim, Arquitetura do Espetáculo mostra projetos e obras com programas destinados a eventos multiuso, com arquitetura de presença marcante. O Centro de Recepção e Convenções do Expo Center Norte, sua Arena Multiuso e Casa de Espetáculo em Angola são as referências neste item. “São formas que têm que atender o conceito de feira, que tem algo a ver com shopping, mas é diferente. A feira, hoje em dia, é uma ferramenta imprescindível, a vida da cidade já gira em torno dessas feiras e o que elas podem produzir”, finaliza Botti. O livro já está à venda nas melhores livrarias do país.
Por Diana Leiko - Redação Comunidade VIP
Fonte: Mais Comunidade / Comunidade VIP