Bem-posicionada nas últimas edições do prêmio, empresa usa aplicações para facilitar processo de apontamento de dados nas obras.
No terceiro andar da sede da Andrade Gutierrez na zona sul da capital paulista, onde está localizada a TI da empresa, há um dashboard repleto de informações. Logo que a reportagem de InformationWeek Brasil chegou ao local, a CIO da companhia, Cibele Fonseca, prontificou-se a explicar o que representava cada símbolo daquela tela que mostra o status da rede e dos sistemas espalhados pelos escritórios e obras em todo o País. Mas este não é o único mecanismo de consulta das operações. O smartphone - que Cibele não desgruda - emite sinais a cada atualização e, assim, ela está a par de tudo o que acontece e, quando necessário, pode agir em tempo.
O departamento de tecnologia da informação da construtora está dividido em três grandes focos: infraestrutura (onde se encaixam data center, telecomunicações e segurança); sistemas, que engloba o escritório de projetos; e novas tecnologias. Cibele faz questão de frisar que sua equipe de 40 pessoas trabalha sob as diretrizes de metodologias de Cobit, Itil, PMI e ISO. "Todos têm certificação em Cobit e boa parte, em Itil."
O dia a dia é corrido. Na ocasião da entrevista, 60 projetos estavam em andamento, sendo 40 deles na área de sistemas. De onde vem tanta ideia? "Eu proponho mais que recebo demandas", dispara a executiva, ressaltando a necessidade que o departamento de TI tem em estar próximo do negócio para poder sugerir soluções e ideias, fazendo, realmente, parte integrante da companhia.
Do fim de 2008 até setembro de 2009, muita coisa aconteceu na Andrade Gutierrez, com destaque para o projeto de introdução de uma área de novas tecnologias. "Foi uma sacada deste ano", frisa Cibele. Fruto disto foi implementado na companhia o Microsoft Office Communicator (Moc), uma espécie de MSN corporativo. "Trata-se de uma quebra de paradigma, inovação interna e não apenas para o mercado", comenta, ao lembrar que trabalha para uma companhia tradicional que está há mais de 60 anos no mercado.
A executiva comemora a adesão de quase 100% dos usuários. De acordo com ela, é uma plataforma segura para comunicação e a ferramenta propicia redução de gastos com telefone. No entanto, como na data em que concedeu a entrevista o sistema estava em funcionamento havia 1,5 mês, Cibele não tinha como precisar o impacto em relação às contas telefônicas, cujo prestador de serviço é a Oi, da qual a construtora é controladora.
Celular na obra
Videoconferência já integra o dia a dia dos escritórios da empresa; o desafio agora é levar esta possibilidade para as obras. "Estamos estudando a viabilidade. Reduz custo com viagem, enquadra-se como TI verde. Falamos muito com pessoas no exterior sobre o assunto, mas aqui o mais difícil é convencer a todos que irá funcionar." Por enquanto, a executiva evidencia como principal projeto de TI deste ano voltado para as obras o uso do celular para coleta de dados, o que eles chamam de apontamentos. "Antes eram relatórios feitos à mão, que agora vão pelo celular."
Apesar de simples (o aplicativo é construído em linguagem Java e os celulares utilizados para a atividade são modelos comuns, de entrada, subsidiados pela Oi) e desenvolvimento de seis meses, o projeto conferiu economia de papel e mais precisão. Antes de partir para o celular, entretanto, a CIO avaliou a possibilidade de usar notebooks ou mesmo os netbooks, já que operários das construções encontrariam mais facilidade para digitar os dados nestes minicomputadores que em um celular, mas, a falta de opções subsidiadas acabou levando a companhia a optar pelo handset.
Por enquanto, apenas obras de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais contam com a novidade, mas o objetivo é, a partir do ano que vem, começar a expandir o sistema para outros Estados. "Usamos o aparelho para a coleta e rede do próprio celular para transmitir. O principal apelo é ter o dado em mãos", avisa. "Quebrar paradigma não é fácil. Para, por exemplo, implantar service desk demorou. O setor como um todo é assim", completa, lembrando das peculiaridades da área de construção civil.
Aposta na nuvem
O terceiro lugar no ranking geral de As 100+ Inovadoras à TI da Andrade Gutierrez, no entanto, não deve ser creditado apenas ao projeto de mobilidade. Existe um conjunto de fatores que levaram a companhia, novamente, a ficar bem-posicionada no estudo. A sede por inovação vista no discurso da CIO mostra a perseguição contínua por novas possibilidades, sempre com foco em melhorar o dia a dia da empresa.
Computação em nuvem, por exemplo, entrou na pauta e já existe o uso, mas apenas no sistema de nuvem privada. "Fala-se muito em public cloud, mas ainda é preciso resolver a questão da segurança. Os dados (da empresa) são todos críticos e não podem ficar em nuvens externas", defende.
Para o próximo ano, há um estudo para trocar desktops por thin clients, com a possibilidade de uso de virtualização. "O ano de 2009 foi de gestão e inovação com foco no resultado do negócio", resume a executiva, que conta com orçamento de R$ 14 milhões, sendo que o porcentual destinado à inovação chega a 12% em algumas situações.
Para 2010, seguindo a linha de querer superar-se a cada instante, Cibele prevê uma ronda pelas obras da construtora. "Quero acompanhar mais, porque a TI estará mais arrumada. Nestes três anos, [minha missão] foi organizar a TI, hoje, os analistas respondem em qualquer reunião, entendem processos e metodologias", argumenta. "Quero ver o que posso melhorar, acompanhando de perto fica mais fácil. Todos focam licença e manutenção; eu quero inovação."
Por Vitor Cavalcanti | InformationWeek Brasil
Confira o especial completo sobre a nona edição de As 100+ Inovadoras.
Fonte: itWeb
Andrade Gutierrez em terceiro lugar entre as 100+ inovadoras
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