Corretores irregulares viram dor de cabeça

Comprar imóveis por meio de um corretor é uma prática que exige muito cuidado. De acordo com Luís Fernando Batistuta, delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Uberaba (Creci), cerca de 40 corretores de imóveis trabalham irregularmente na cidade.

“Tem muitas pessoas que falam que estão desempregadas, que têm que fazer um bico, e resolvem virar corretoras. A maioria desses casos, em que não há graduação técnica ou registro acaba em problema”, revela Luís Fernando.

O crescimento do setor imobiliário, impulsionado pelo desenvolvimento da construção civil, fez com que a profissão baseada na venda e negociação de imóveis fosse uma das mais valorizadas da atualidade, o que gera por conseqüência, grande número de agentes irregulares. “Acredito que com a profissionalização da prática, o número de irregularidades até diminuiu proporcionalmente, mas, com o boom do setor, temos mais crimes registrados”, relata o delegado.

Segundo Batistuta, por ser uma prática que, se realizada incorretamente pode gerar prejuízos da ordem de milhares de reais, a venda não-credenciada de imóveis deve ser fiscalizada com rigor. “Desenvolvimento econômico, chegada de grandes incorporadoras à cidade, aumento das linhas de crédito nos bancos e programas federais como o “Minha Casa, Minha Vida”, estão proporcionando um crescimento impressionante. Somos um dos poucos setores que têm um órgão regulador, mas acredito na regulamentação da profissão como forma de banir os maus trabalhadores do mercado”, explica.

Batistuta esclarece ainda, que a delegacia de Uberaba recebe aproximadamente 10 reclamações mensais, relativas a problemas com a prestação do serviço. “90% das denúncias que chegam são referentes a profissionais sem registro. Os crimes mais ocorridos são a venda de imóveis sem documento e o furto do sinal do pagamento. Têm corretores que pedem o sinal de compra e, simplesmente, fogem com o dinheiro”, alerta.

As queixas são encaminhadas ao Ministério Público, conveniado do Creci e, de acordo com Batistuta, seguem para inquérito policial. Crimes cometidos por profissionais credenciados estão sujeitos a sanções e, até mesmo a expulsão do Conselho.

Para se tornar um corretor de imóveis é preciso fazer curso técnico em transações imobiliárias ou ser gestor de negócios imobiliários, além é claro, de ter o registro no Creci.

Para Batistuta, antes de pensar na compra do imóvel, o consumidor deve se informar sobre o trabalho do corretor, exigir apresentação da carteira do conselho e procurar as informações do profissional no site www.crecimg.gov.br.

Fonte: Jornal da Manhã Online