[justify]Para quem mora no Higienópolis, caminhar tranqüilamente pelas calçadas tem se tornado uma experiência cada dia mais difícil. Isto porque é raro encontrar no bairro um quarteirão em que toda a extensão das calçadas esteja livre de lixo, entulho e materiais de construção.
Na quadra 3 da rua Irmã Arminda, por exemplo, um armário de cozinha resiste à ação do tempo há mais de 30 dias em frente a uma residência desocupada. De acordo com vizinhos, os antigos moradores se mudaram recentemente e abandonaram vários móveis velhos na calçada, local que se tornou propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, devido ao acúmulo de água da chuva.
“A família foi embora e jogou um monte de coisas fora. Aos poucos, catadores que passavam pela rua foram pegando o que interessava, mas o armário acabou ficando e até hoje não foi recolhido por ninguém”, comenta Edson Antônio da Silva, proprietário de uma casa de carnes instalada na mesma quadra.
Próximo dali, na quadra 10 da rua Raposo Tavares, um sofá todo rasgado e uma cômoda empilhados um sobre o outro ocupam mais da metade do passeio público. De acordo com Flávia da Silveira Barbosa, proprietária de uma distribuidora de produtos industriais, os móveis foram deixados em frente à porta de carga e descarga da empresa no último fim-de-semana, mas logo depois empurrados alguns metros adiante pelos funcionários.
Ela acredita que tanto o sofá quanto a cômoda possam ter sido descartados por estudantes residentes no prédio ao lado da distribuidora. “Este prédio é todo de quitinetes, onde moram muitos universitários, mas é a primeira vez que vejo entulho aqui na frente. Agora, lixo no chão tem toda semana, porque mora muita gente e a lixeira que existe ali é pequena”, observa.
Mas, se a administração pública não tem como recolher o entulho periodicamente e há limitações para fiscalizar e punir os “porcalhões”, existe também a falta de interesse dos próprios moradores em manter o passeio público transitável em frente às residências do bairro onde vivem. O professor Salvador Rodrigues Júnior é um dos que lamenta a falta de educação de seus vizinhos, que passeiam com animais de estimação de manhã e à tarde, que deixam um rastro de fezes e urina pelo caminho.
“Eu não tenho cachorro e quase todo dia sou obrigado a limpar a sujeira dos animais em frente à minha casa. É falta de educação e cidadania das pessoas, mesmo”, reclama. Além de móveis velhos e fezes de animais serem uma constante nas calçadas para quem, como ele, sempre transita pelo Higienópolis, o professor também afirma que outro problema está nas construções e reformas.
Caçambas para depósitos de entulhos e materiais como pedra, areia, tijolos, telhas e equipamentos atrapalham o trânsito de pedestre e os obrigam a caminhar pelas ruas. Aquecida, a construção civil em Bauru produz cerca de 600 toneladas de resíduos por dia. Embora boa parte disso seja recolhida pelas cerca de 30 empresas de coleta instaladas na cidade, outra parte – cerca de 1/3 – é depositada clandestinamente em terrenos baldios e passeios públicos dos bairros da cidade, inclusive o Higienópolis.
Risco de acidentes
E calçadas com a passagem obstruída podem resultar em atropelamentos já que, muitas vezes, a própria vítima deixa de observar o trânsito ou é surpreendida por um veículo ao ter que caminhar pela rua devido ao descarte inadequado de lixo e entulho nas calçadas. “Os caminhões da prefeitura, tanto os que recolhem lixo comum quanto os que coletam material reciclável não levam esse tipo de lixo embora, então é um incômodo muito grande, que atrapalha a nossa vida por semanas sem que ninguém tomem providências”, lamenta Rodrigues Júnior.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que fiscais da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan) irão averiguar a existência de entulho nas calçadas do bairro e os proprietários das residências onde houver lixo descartado irregularmente serão notificados. Depois disso, caso não recolham os resíduos, eles estarão sujeitos à multa. A dificuldade, no caso da notificação, é estabelecer a prova entre o local do entulho depositado e o responsável.
Por Tisa Moraes[/justify]
Fonte: JCNet
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Entulho disputa espaço em calçadas
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