Como combater o mofo sem quebrar paredes, solução prática!

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Como combater o mofo sem quebrar paredes, solução prática!

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Clima seco oferece as melhores condições para exterminar fungos dentro e fora de casa. Confira dicas de como evitar dor de cabeça no período das chuvas


Matéria de Júnia Leticia - Estado de Minas
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Fotos: Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes

Durante o inverno, quando o tempo está seco, a tendência é diminuir os cuidados com a umidade do ar. A consequência é o surgimento de mofo, que se acumula nas paredes e móveis de casa. Entretanto, é na estação mais fria do ano que o problema pode ser tratado, antes que traga mais dor de cabeça quando as chuvas chegarem. Teto do banheiro manchado de preto, armários com mau cheiro e documentos estragados são alguns exemplos do prejuízo que os fungos podem causar.

A umidade excessiva e pouca ventilação, além de mofo e infiltrações, causam danos à saúde dos moradores e compromete a estrutura do imóvel. Segundo o engenheiro civil e diretor técnico da Jotaele Engenharia, José Lourenço Magalhães, o problema é causado pela ação de fungos e caracteriza-se por manchas escuras e úmidas. "Quando não são combatidos adequadamente, passarão a atingir áreas cada vez maiores", ressalta.

Sempre que houver períodos quentes, úmidos e com pouca luminosidade haverá condição ideal para o fungo e, consequentemente, o mofo. Por isso, antes mesmo de se começar uma edificação, medidas preventivas podem ser adotadas, como explica José Lourenço Magalhães. "Elas podem ser tomadas na fase de projeto da obra, elaborando cômodos arejados e iluminados de forma natural. Também na fase construtiva das fundações, é possível impedir que a umidade do terreno passe para a edificação, com o emprego de impermeabilizantes", acrescenta o engenheiro civil.

Estando a obra pronta, a medida de segurança a ser adotada para evitar que o problema se alastre é a observação dos sintomas do mofo, como manchas, pontos negros, cinzentos, esverdeados ou marrons. "É importante, ainda, observar se há pontos com vazamentos hidráulicos ou de contato direto com terreno, como muros de arrimo, além da existência de fissuras ou trincas nas paredes ou em elementos de concreto armado", pontua o engenheiro.

PROJETO

O engenheiro civil, mestre em construção civil pela Universidade Fumec, professor de impermeabilização do curso de especialização de Construção Civil da UFMG e sócio-gerente da Isolar Ltda., Firmino Soares de Siqueira Filho diz que planejar é fundamental. "É preciso identificar no ambiente os pontos de falta de luz, calor e ventilação. A partir daí, adotar as soluções de engenharia que impeçam a ocorrência simultânea de problemas".

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O arquiteto e urbanista, professor dos cursos de arquitetura e urbanismo da Fumec, Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e UNI-BH, Róccio Rover pontua algumas medidas a serem tomadas. "Deve-se procurar manter portas e janelas abertas por períodos prolongados em dias não chuvosos, além de pôr ventiladores em funcionamento ou mesmo aparelhos desumidificadores, que podem ajudar".

Ele diz que há disponíveis para venda vários produtos com propriedades antimofo, como tintas, vernizes, além de argamassas especiais, com maior poder de vedação. "Quando ainda houver possibilidade, devem-se criar aberturas que permitam a ventilação cruzada. Ao instalar armários, é preciso pôr respiradores nas portas e divisórias laterais", aconselha.

Armários mal planejados, muitas vezes, podem resultar em perda de documentos e roupas pelo fungo. Nesses casos, especialmente, a solução é a prevenção. O gerente-geral de obras da Even, Thiago Pedreira, explica que os armários não podem ser instalados em qualquer parede. "Existem paredes que não podem ser furadas durante a instalação e fixação. Na Even, quando entregamos as unidades, elaboramos desenhos de fácil entendimento pelo cliente e seus marceneiros de modo que evitem furar tubulações".

Ele lembra que é importante acompanhar de perto essa instalação, pois muitas vezes o mofo resultante de um trabalho malfeito demora a aparecer. Uma dica é deixar um pequeno afastamento entre o forro dos armários e as paredes, além de prever uma ventilação na porta dos armários, principalmente se o local for úmido e o ambiente receber pouca insolação e ventilação.


Combate sem quebra-quebra

Nem sempre a derrubada de paredes é necessária e o problema do mofo pode ser solucionado com produtos disponíveis no mercado

Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes
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"Deve-se manter portas e janelas abertas por períodos prolongados em dias não chuvosos, além de pôr ventiladores e aparelhos desumidificadores" - Róccio Rover, arquiteto e professor
Depois que o mofo já atingiu grande parte das paredes, a principal preocupação dos moradores é o transtorno que a obra para sanar o problema pode causar. Entretanto, mesmo em superfícies em que os fungos já estão em estado avançado, o engenheiro civil José Lourenço Magalhães diz que dificilmente haverá necessidade de quebra de parede, com o intuito exclusivo de combater a proliferação do mofo. "A retirada do revestimento e do acabamento danificados, aplicação de impermeabilizante e restauração da parte afetada resolverão o problema", diz.

Mas, se por qualquer outro motivo houver quebra de parede, o engenheiro fala que a melhor opção é adotar o emprego de emulsão de asfalto para que a umidade do terreno deixe de afetar a área reconstruída. Além disso, o arquiteto e professor da Fumec, Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e UNI-BH Róccio Rover conta que se deve procurar ter certeza de que ali está a causa do problema. "E, sob orientação de um profissional experiente, promover o conserto".

O engenheiro civil e professor da UFMG Firmino Soares de Siqueira Filho acrescenta que, ao quebrar a parede, é preciso refazê-la de forma que ela incorpore o mínimo de água. Mas, mesmo que não haja a necessidade de fazer esse tipo de obra, ele diz que os cuidados para combater os fungos não são baratos. "Por ser um problema do gênero crônico, em que o fungo renasce, os tratamentos são caros e raramente custam menos que R$ 150 por metro quadrado", avisa.

Na hora de fazer a obra, o professor da UFMG diz que algumas medidas são essenciais para garantir o sucesso e evitar que o problema volte. "Impermeabilizar fundações e paredes dos andares em contato com o solo, deixar pontos de energia e luz nos cantos e dentro de armários e portas de depósitos e armários sempre ventiladas, com venezianas ou telas", exemplifica. Além disso, paredes externas com pedras rústicas e até jardins devem ser bem impermeabilizados. No caso dos banheiros, eles devem receber ventilação natural ou artificial, principalmente nos boxes dos chuveiros.

Para evitar dor de cabeça, o arquiteto Róccio Rover aconselha a contratação de profissionais especializados para resolver o transtorno causado pelos fungos. "É necessário estudar bem o problema, considerando todas as possibilidades de solução e buscar orientação para escolher a mais adequada. No caso do uso de produtos ou técnicas específicas, buscar obedecer às orientações".

ERROS COMUNS

Um projeto ruim, soluções escolhidas por serem mais acessíveis financeiramente, uso inadequado de materiais, como tijolos aparentes e sem revestimento em ambientes de densa vegetação, são alguns dos exemplos do que pode prejudicar a obra, de acordo com o arquiteto. "Ao escolher um profissional, também se deve exigir garantias de que a solução não é imediatista e pouco duradoura, e procurar arguí-lo com perguntas genéricas, sem induzir respostas", aconselha.


Solução Prática


Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes
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"Por ser um problema do gênero crônico, em que o fungo renasce, os tratamentos são caros e raramente custam menos que R$ 150 por metro quadrado" - Firmino Soares de Siqueira Filho, engenheiro civil e professor da UFMG
Os ambientes de casas e apartamentos em que é mais comum o mofo são aqueles em que o uso da água se faz mais presente, como banheiros, lavabos, cozinhas, áreas de serviço e também onde há concentração de armários que acomodem roupas e livros. "Nos banheiros, é devido à condensação dos vapores da água quente do chuveiro; na cozinha, o problema é resultado das fervuras; e nas despensas é causado por arejamento e iluminação normalmente deficientes", diz o engenheiro civil José Lourenço Magalhães.

Em certos estágios, muitas pessoas recorrem a opções feitas em casa, sem consultar um profissional, para sanar o problema. Segundo José Lourenço Magalhães, existem inúmeros produtos no mercado para o combate de fungos que desencadeiam o mofo. "Desde o emprego de soluções caseiras com utilização de água sanitária, que vão combatê-los periodicamente, ou com barreiras químicas que isolarão a causa do efeito, com grandes possibilidades de resolver definitivamente a questão do ambiente mofado".

Entretanto, ele faz um alerta para o uso dos famosos truques caseiros, tidos como uma solução paliativa para o problema. "Empregando-se uma mistura de água e água sanitária na proporção 1:1, o fungo será combatido, mas não eliminado, pois, se o nível de infestação estiver alto, é necessário trocar todo o revestimento e isolar a causa", explica.

Para que a solução seja definitiva, o engenheiro chama a atenção para a importância da contratação de um profissional competente. "Um excelente produto de combate ao mofo pode ter sua eficácia comprometida se for mal especificado ou mal aplicado. Daí a importância de requisitarmos um profissional qualificado, que trabalhe neste mercado e conheça as normas técnicas que regem esse segmento".

DESINFETANTE

Os produtos utilizados para esse fim, conforme o professor da UFMG Firmino Soares de Siqueira Filho, normalmente têm em sua formulação o lysoform, desinfetante e bactericida usado para limpeza geral da casa e de roupas. "Ele deve ser aplicado de acordo com o ambiente, uma vez por mês, ou até de seis em seis meses. Apesar de não ser caro, esse tipo de produto têm de ser utilizado repetidas vezes para evitar o retorno do mofo".

Outra opção são os rejuntes epóxicos, que são feitos de resina de plástico de epóxi e devem ser misturados no momento da instalação. Eles geralmente são mais caros que os rejuntes à base de cimento, mas oferecem muito mais resistência.

Fonte: Lugar Certo.com.br

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