Pedras de Revestimento

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Leandro
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Pedras de Revestimento

Mensagem por Leandro »

As pedras ornamentais constituem uma ótima opção de revestimento para pisos e paredes, graças à durabilidade e aos efeitos estéticos que proporcionam. Além disso, adaptam-se a ambientes internos e externos, admitem inúmeros tipos de tratamento e ainda garantem manutenção simplificada.

Para alcançar os resultados visuais pretendidos, é preciso considerar certas particularidades de cada pedra, tais como o índice de absorção de água e os tipos de tratamento que podem ser aplicados. Abaixo estão descritas as pedras de maior aceitação no mercado nacional e suas principais características.
  • Azul Bahia (sienito) - graças à sua estética, é muito valorizada no mercado internacional e também no Brasil, onde é bastante confundida com o granito. Apresenta boa resistência à abrasão e oferece brilho intenso. É usada depois de polida e lustrada, o que a torna ideal para aplicações internas, como em banheiros, bancadas, mesas ou ainda em detalhes arquitetônicos, dado o seu custo elevado. A limpeza é feita com pano úmido.
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  • Luminária carranca (arenito) - uma mesma rocha pode ser um arenito (quando em forma sedimentar) ou quartzito (quando metamórfica). Ambas são porosas e antiderrapantes, além de não concentrarem calor, o que as torna adequadas para uso em borda de piscina ou como pisos externos. Não requerem grande beneficiamento, bastando cortar no tamanho desejado. A limpeza comum é feita com água e sabão. Periodicamente pode ser necessária uma lavagem com uma solução de água e ácido muriático, sendo mais seguro a contratação de empresa especializada.
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  • Basalto - incorretamente chamado de granito, pode ser usado em areas internas e externas como revestimento de pisos e até mesmo de paredes. De cor preta, substitui o granito em todas as suas aplicações, como tampos de pias e bancadas, além de assegurar bons resultados para a produção de objetos menores. Entre os acabamentos, aceita polimento, lustro e apicoamento. Para a limpeza, apenas água e sabão neutro.
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  • Granito - de altíssima resistência, é formado por lava vulcânica endurecida, grãos de quartzo, pequena quantidade de mica (material responsável pela cor) e feldspato (mais conhecido como silicato). No estado bruto é indicado para calçamento de ruas, ou qualquer outro espaço de tráfego intenso ou de serviços pesados. Admite ser polido, lustrado, apicoado, levigado e flameado, próprio nestes casos para revestimento de pisos e paredes, interno ou externo, conforme sua necessidade. Na escala de cores é encontrado, do mais barato ao mais caro, nas cores: cinza, vermelho, verde, amarelo, preto e azul. Para limpeza, usa-se água e sabão neutro.
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  • Pedra-sabão (esteatito) - resiste bem às intempéries, por isso é aplicada com sucesso em áreas internas ou externas, tanto em pisos como paredes. Por ser um mineral mole, pode ser trabalhada para a elaboração de pias, mesas, bancada, objetos decorativos e até mesmo esculturas. Aceita polimento, lustro e apicoamento. Na manutenção, usa-se apenas pano úmido, pois escovas e abrasivos podem provocar riscos.
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  • São Tomé - chamada de pedra mineira por sua origem geográfica, é uma pedra flexível, antiderrapante, muito absorvente e que não propaga calor. É indicada para o revestimento de beiras de piscinas e áreas de lazer. A limpeza se faz com água e sabão, sendo por vezes necessária a contratação de uma empresa especializada para uma limpeza mais profunda com ácido muriático.
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  • Arenito (arenito) - é encontrado na forma de placas ou em diversos tipos de corte e forma o chamado mosaico português, quando utilizado em calçamentos em conjunto com o basalto e o mármore. Pode aparecer também em paredes, conferindo um aspecto rústico aos ambientes. Usado apenas no estado bruto, a limpeza requer apenas água e sabão freqüentemente.
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  • Quartzo rosa (quartzo) - pedra semipreciosa, utilizada apenas em seu estado bruto, já que seu índice de dureza é bastante alto e provoca extremo desgaste no maquinário para polimento. Aplica-se perfeitamente à decoração de jardins e execução de esculturas e luminárias.
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  • Azul macaúba (dumortierita) - mais dura que o granito, esta pedra apresenta quartzo na sua composição. Oferece qualidades antiderrapante e estética, graças à sua textura e aos veios azuis. Pode ser polida, lustrada ou ainda apicoada, e é aplicada em pisos e paredes de ambientes internos ou externos. Sua limpeza é simples, apenas com pano úmido.
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  • Umburaninha (dolomita) - de origem calcárea, é própria para o uso interno de pisos, paredes e, principalmente, em móveis. Oferece um bonito efeito visual e não é porosa. Para a limpeza, usa-se apenas pano úmido.
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  • Miracema madeira (gnaisse) - pedra de preço acessível, encontrada na natureza em forma de placas. Resiste bem a choques mecânicos e a intempéries e, por isso, é aplicada em estado bruto nas áreas externas. Outra de suas qualidades é ser antiderrapante. A miracema madeira é amarelada devido à presença de óxido de ferro, enquanto a miracema comum é encontrada em cinza, bege e rosa.
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  • Mármore - rocha metamórfica, formada por carbonato de cálcio e outros componentes minerais que definem sua cor, é um revestimento nobre encontrado nas mais diversas tonalidades, do branco ao preto. No Brasil já foram catalogados mais de trinta tipos diferentes, sem contar os importados. De forma geral, é bastante durável e resistente a impactos, embora se desgaste facilmente quando sujeito à abrasão. É recomendado para pisos e paredes em ambientes internos, desde que não haja uma circulação excessiva de pessoas. Aceita todos os tipos de tratamento e pode ser limpo com água e sabão neutro. O travertino apresenta fissuras que exigem estuque para uso como revestimento, por isso a limpeza é feita somente com pano úmido.
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  • Dolomita - de origem calcárea, é usada principalmente em áreas internas por não ter boa resistência à abrasão. Aparece em banheiros, mosaicos e móveis. Se lapidada, adquire brilho intenso, e, quando desgastada em máquinas, dá bom efeito ornamental às paredes e jardins. É usada também em estado bruto; em qualquer caso, limpa-se com água e sabão neutro.
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  • Jaraguá (quartzito) - é aproveitada em estado bruto para compor o mosaico português e pode ser encontrada nas cores verde, creme e amarelado. Para lavar, água e sabão.
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  • Pedra verde (mica) - conhecida também como fuxita, é utilizada em jardins, arranjos florais e detalhes de paredes. Resiste bem às intempéries e não retém calor, mas é muito derrapante, o que proíbe seu uso em beiras de piscina e pisos externos. Usada em estado bruto, requer apenas água e sabão neutro para limpeza.
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  • Itacolomi (itacolomito) - pedra exclusiva para aplicações externas, apresenta características semelhantes às da pedra mineira, inclusive no que se refere à manutenção.
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  • Ardósia - de preço acessível e usada em sua forma bruta na maioria das vezes, apresenta ótimos resultados tanto em áreas internas como externas. Seu uso se dá em mesas de jardim, bancadas, pisos, paredes, quadras de tênis, etc. É uma pedra mole que pode ser arranhada com facilidade. Pode ser lustrada, ganhando brilho razoável. É encontrada nas cores cinza, rosa, verde e preto. Para limpeza usa-se apenas sabão neutro, evitando escovas e outros abrasivos.
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  • Ônix (sílica) - mineral semiprecioso, utilizado para confecção de objetos de adorno e detalhes arquitetônicos. Por ser translúcido, oferece excelentes resultados quando atua como anteparo de luminárias. Retirado da natureza na forma de fragmentos, suas placas são formadas pela junção de vários pedaços unidos por resina. Também é vendido como jóia. De cor bege, pode ser lapidado. Para a limpeza, somente pano úmido.
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  • Pedra Goiás (quartzito) - rocha com as mesmas características da pedra mineira; o nome muda somente por causa da procedência. Em estado bruto é chamada de pedra caverna.
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  • Serpentinito - de resistência mecânica média, é utilizado tanto em ambientes internos como externos, desde que não haja grande circulação de pessoas. Muito resistente aos intemperismos. Em tons de cinza e verde (conhecido como cinza lafaiete), requer limpeza simples com água e sabão neutro.
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  • Seixo rolado (cascalho) - bastante duro e resistente, tem formas arredondadas devido ao movimento das águas dos rios, de onde é retirado. Aquece pouco e sua utilização se dá em jardins, muros e ornamentação de paredes.
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  • Moledos - sobras de pedras usadas na construção, conferem um bonito efeito quando aplicados em muros, paredes ou em propostas paisagísticas. Limpeza apenas com água e sabão neutro.
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  • Sobradinho (arenito) - apresenta características semelhantes às da luminária carranca, inclusive no que tange ao uso e à conservação.
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Genericamente, as rochas aplicadas na arquitetura e na decoração dividem-se em duas categorias:
  • pedras decorativas naturais - são aquelas utilizadas sem polimento, conservando o seu aspecto natural. Entre suas particularidades, a maior é a grande resistência às intempéries, daí o fato de serem escolhidas para o revestimento de áreas externas, como fachadas, beiras de piscina e composições de paisagismo.
  • pedras tratadas - são diversas as possibilidades de tratamento que visam explorar o potencial de brilho e valorizar texturas e cores. Mais apropriadas às áreas internas, ambientes de estar, banheiros e até móveis, elas podem ser:
  • polidas - quando submetidas a processos sucessivos de abrasão, partindo da granulometria mais grossa para a mais fina, com o objetivo de fechar qualquer porosidade. Em seguida, pode-se ou não lustrar a peça, de acordo com o brilho desejado.
  • lustradas - o lustro é feito de forma diferenciada para cada pedra: no caso do mármore, usa-se o ácido oxálico, de menor potência abrasiva. Já para o granito é aplicada uma mistura de chumbo com óxido de estanho, denominada potéia.
  • apicoadas - opção que torna a rocha antiderrapante. O apicoamento é um processo manual ou mecânico que utiliza o picão, ferramenta própria para desgastar pedras, para conferir um aspecto "furadinho".
  • levigadas - quando as pedras são desgastadas por abrasivos de granulometria grossa e não recebem mais nenhum tratamento, resultando uma superfície áspera.
  • flameadas - processo que se aplica exclusivamente ao granito com o objetivo de torná-lo áspero. Consiste na queima da pedra para que ocorra o desprendimento de alguns cristais.
  • detalhes - dar acabamento ao mármore e ao granito já tratados por outros meios também é possível. Para as bordas pode-se escolher entre o frisado (cortes intercalados de 1 a 5mm, feitos com serra apropriada) e o craquê (executado com uma talhadeira manual, deixando expostas as irregularidades naturais da pedra).
  • impermeabilização - de modo geral, pedras polidas não apresentam porosidade, dispensando assim tal tratamento. Já aquelas usadas em seu estado natural são permeáveis e precisam ser impermeabilizadas com resina à base de poliéster para impedir o crescimento de matérias orgânicas e o conseqüente comprometimento de sua resistência e estética.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/92.
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