Gerdau vai parar usina nos Estados Unidos por pelo menos dois anos

SÃO PAULO - A unidade americana da Gerdau anunciou nesta sexta-feira que fechou acordo com sindicado de metalúrgicos para suspender por pelo menos dois anos uma usina siderúrgica em Sand Springs, nos Estados Unidos.

Pelo acordo, aceito pelos 2.741 funcionários sindicalizados, os trabalhadores terão opção de voltar a trabalhar quando a produção for retomada ou deixar a companhia.

A unidade de Sand Springs, localizada no Estado de Oklahoma, produz vergalhões e é uma de 19 usinas de produção de aço da companhia nos Estados Unidos.

A tentativa de uma negociação para o fechamento da usina de Sand Springs foi anunciada em junho, pelo presidente da Gerdau Ameristeel, subsidiária da Gerdau nos Estados Unidos, Mario Longhi. Ele disse que o setor enfrentava "uma retração econômica sem precedentes".

- Nós compreendemos o impacto que essas decisões terão nas vidas de nossos funcionários e comunidades. Mas, infelizmente, as condições de mercado exigem que essas medidas sejam tomadas nesse momento - afirmou Mario Longhi, .

Segundo a companhia, a parada de produção ocorrerá de forma gradual nas próximas semanas e o fornecimento a clientes será garantido pela rede de usinas da empresa nos EUA.

A Gerdau anunciou no início do junho que estava negociando com o sindicato United Steel Workers um potencial fechamento da usina.

"A companhia continua a avaliar alternativas para modernização da usina de Sand Springs e retomada da produção para atender à futura demanda do mercado", afirmou a Gerdau Ameristeel em comunicado.

Esta semana, durante encontro nacional do setor produtor de aço, o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, citou continuidade de sinais de melhora no mercado e comentou que a empresa poderá apresentar um resultado final melhor no terceiro trimestre, após prejuízo de R$ 329 milhões nos três meses anteriores.

Segundo a unidade americana da companhia, a empresa está negociando potenciais incentivos econômicos com autoridades estaduais.

"Estima-se que mesmo se um acordo sobre esses incentivos econômicos for alcançado, a usina ficará parada por pelo menos 24 meses.", aponta nota da empresa.

No Brasil, onde os setores de construção civil e automotivo, grandes consumidores de aço, estão avançando com apoio de incentivos governamentais, a Gerdau decidiu manter dois alto-fornos da Açominas operando, em vez de parar um deles para manutenção em julho.

Fonte: Reuters / O Globo

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