Crescem acidentes com morte na construção civil de SP

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Crescem acidentes com morte na construção civil de SP

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Os bons resultados que a construção civil da cidade de São Paulo obteve em 2009 serão maculados por uma triste estatística. Depois de fechar 2008 com sete mortes em acidentes ocorridos nos canteiros de obras, as ocorrências fatais chegaram a 22 no ano na última semana de dezembro. Os dados são do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintrascon) e da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo.

O número de óbitos e ferimentos em obras começou a diminuir a partir da criação, em 1995, da Norma Regulatória 18 (NR-18), que fixou procedimentos de segurança para a construção civil no País. O número tem oscilado nos últimos anos, chegando a cair para oito mortes em 2004, voltando a crescer para 17 em 2005 e caindo ao menor patamar de sete mortes em 2006 e 2008, com sete mortes em cada ano.

A explicação para o crescimento nas mortes estaria no aquecimento do mercado, que implica em um maior número de obras e na pressão pela entrega dos empreendimentos em prazos cada vez menores, mas também na falta de qualificação da mão de obra e de investimentos na segurança do trabalhador.

"Existe a carência de curso de especialização e de investimento na segurança dos operários", afirma o auditor-chefe para a construção civil da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo, Antonio Pereira do Nascimento.

A aceleração no ritmo do trabalho das obras acarreta no cumprimento de horas extras pelos operários. O desgaste físico ocasiona fadiga e perde de reflexo, o que aumenta a chance de erro no manuseio dos instrumentos.

"O trabalhador cansado acaba muito mais propenso a descuidar de normas de segurança, 76% deles assumem que acidentes são causados por falta de atenção", diz o presidente do Sintrascon, Antonio de Sousa Ramalho.

É consenso que mortes como a do carpinteiro Raimundo Maria de Almeida, 49 anos, que foi atingido na última segunda-feira por uma peça nas obras de ampliação da Linha Verde do Metrô, poderiam ser evitadas caso medidas de segurança tivessem sido aplicadas.

"Um local em que uma grua está em operação é de risco e precisa estar evacuado. O operário estava lá por que, era suicida? Provavelmente ele não foi orientado, ou não atendeu a orientação", afirmou Ramalho.

A ocorrência de mortes em obras públicas preocupa o Ministério do Trabalho. A pressa de concluir os projetos em tempo para enquadrá-los ao calendário de inaugurações pode ser um fator de potencialização de acidentes. "Percebemos que parece existir pressa na entrega das obras, a maioria com prazo de entrega em março de 2010", alerta Nascimento.

As obras na Linha Amarela do Metrô são um dos maiores exemplos de como uma obra de infraestrutura necessária à população pode custar vidas. Desde 2006, dez operários morreram em acidentes de trabalho nos canteiros da ampliação da linha, segundo o Ministério do Trabalho. A construção da ponte Octavio Frias Filho teve três acidentes com morte. O trecho sul do Rodoanel teve duas mortes, assim como a segunda pista da rodovia dos Imigrantes.

Por Hermano Freitas

Fonte: Terra
Imagem Imagem GUIA DA OBRA - Tudo sobre Construção e Reforma

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